Como já disse várias vezes aqui no meu blog (e sou blogueiro desde 2003), nem sempre consigo ir a todos os eventos, convites, peças de teatro, entre outros inúmeros compromissos no qual sou convidado. E quando vou, nem sempre dá tempo de publicar nas redes sociais ou fazer texto aqui pro blog. Tudo “vareia” mesmo do momento e do tempo disponível. As vezes calha, as vezes não.
Mas ontem calhou. E fui conferir com o Alex França o texto do Juan Depreto no Teatro Paiol (pra quem não sabe, cursei teatro amador nesse teatro quando mais novo, justamente por isso a criação dos personagens de um dos meus livros, o romance gay Theus seja tão elogiada). Mas voltando pra peça Retro Divas, que ontem teve sua ultima apresentação de 2019, devo dizer que amei.
Sim, de todas as peças que fui neste ano a reclamação foi sempre a mesma: as artes (e consequentemente os artistas, e não só teatro, mas sim de todas as áreas) passam por um momento bem complicado de público principalmente por causa da situação econômica do Brasil que não anda nada boa. Mas o que eu percebi ontem, no final da peça, foi o que nós (eu me incluo) acreditamos sempre: se tem amor a arte, a arte sempre sobreviverá, dando muito dinheiro ou até mesmo não. Afinal, se a gente não produzir artisticamente, viver criando, produzindo, divulgando e respirando a “arte”, nós morremos. Pois somos todos assim.
E isso achei incrível. Sobre o texto, achei bacana tudo. Em alguns momentos até pareceu que o texto do Juan foi escrito pensando-se no próprio Teatro Paiol que, para quem não conhece a história, há alguns anos atrás fechou e no lugar virou um cinema pornô. Depois de um tempo o cine pornô fechou e voltou a ser o Paiol novamente. Só que, mais uma vez, em crise. É triste. Pois todos nós que amamos teatro e conhecemos a história do Paiol sabemos que ele é incrível (outro detalhe que pouca gente sabe, as paredes do teatro tem tijolos perfurados: fizeram isso no início justamente para ajudar na acústica dos atores, para o som ressonar melhor).
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Mas voltando pro texto (mais uma vez), mania de escritor e blogueiro, de escrever com paixão, devo dizer que foi uma criação realmente incrível e que não só o Juan está de parabéns mas também todo o elenco. A ideia de colocar três divas que se desencontraram e começaram a trabalhar em coisas que não curtiam tanto (lógico, não vejo problema algum em trabalhar em coisas que não se gosta por questões de sobrevivência: eu mesmo já trabalhei de tudo quanto é coisa na vida e não me arrependo de nada) mas que se reencontram após muitos anos para viver novamente sua arte, foi sensacional.
A nostalgia das músicas ao fundo também merecem um destaque a parte. Pelo menos pra nós, que já temos uma certa “idadezinha”, reviver músicas dos anos 80 é sempre muito bom.
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Mas é isso. Eu espero que 2020 tudo melhore para todos nós e que o Juan e a produção volte com o espetáculo Retro Divas novamente. E com mais força. E que o Juan, como autor do texto, nunca pare de criar histórias incríveis como esta. Afinal, é o que eu disse lá em cima e que me identifico: se a gente não criar arte, a gente morre, literalmente.
Trecho da peça publicada no meu Twitter:
Trecho da peça com temática LGBT chamado Retro Divas escrito por @juandepreto que fui assistir ontem com o @alexfranca Detalhes aqui https://t.co/R7lUWgmzrg ❤️ #teatro #teatrosp #jornalista #blogueiro #influenciador #influenciadordigital #culturasp #culturalgbt #cultura #saopaulo pic.twitter.com/u1TpOs1Nvf
— Fabricio Viana 🏳️🌈 (@FabricioViana) December 6, 2019
Bjs e felicidades ao Juan e a todas as pessoas envolvidas!
Texto – Juan Depreto / Direção Geral – Thaty Romano / Coreografias – Kauê Valiaz