Padre Vicente Paula Gomes, da igreja de Assis (localizado no interior de São Paulo), abençoou um casamento gay em dezembro de 2019. A repercussão foi tão grande que Vicente foi imediatamente afastado do cargo.
Ontem (26), o Vaticano mandou o Preceito Penal que deve ser aplicado ao sacerdote pelo ato praticado (e que, pasme, ainda vai contra os princípios do catolicismo). É aquela velha história que narrei aqui no meu blog, é a Igreja católica lutando contra a sua própria homossexualidade, mas sempre focada no outro. Afinal, quem acompanha meu blog sabe que o Livro No Armário do Vaticano relata que lá existe uma das maiores comunidades gays do mundo. Se não leu, leia.
Segundo documento publicado pela Diocese de Assis (publicado na íntegra aqui), o padre deverá continuar afastado do exercício ministerial até 7 de Dezembro de 2020, realizar curso sobre matrimônio, não dar entrevistas para veículos de comunicação até o ano de 2023 e não exprimir juízo ou opinião sobre a doutrina da Igreja Católica no que se refere ao sacramento do matrimônio. Literalmente um “cala a boca” bem dado. Já o padre pediu perdão pelo ato que, segundo ele, é “inconsequente” e também pelo escândalo que a celebração causou, pois ele incentivou a cultura gay.
E tem gente que ainda passa pano pro Vaticano, Papa Francisco e toda essa rede conservadora. Quem leu meu livro O Armário, sobre a homossexualidade e os processos psíquicos que envolvem a “entrada e saída do armário”, entende perfeitamente porque a homossexualidade é considerada pecado em algumas religiões e, mais ainda, entende que no mundo há mais de 2 mil religiões e que não devemos nos basear apenas em uma. Homossexualidade, segundo a ciência, é apenas uma vertente saudável da sexualidade humana. Tão natural que existe até no reino animal em larga escala (leia meu livro O Armário para entender tudo isso, é sério!).
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Claro que não podemos condenar todas as pessoas religiosas, embora, muitas delas, condenem a homossexualidade erroneamente e de maneira bastante cruel (isso gera um dano muito grande para muitas pessoas LGBTs).
Entretanto, nem todo religioso é, de fato, intelectualmente tão medíocre e homofóbico neste ponto: há sim, dentro das religiões, muitas pessoas boas e que incluem a diversidade em seus textos e cultos, como as Igrejas Inclusivas. Vale a pena conhecer.