Apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e conhecida por atacar o movimento LGBT, a influencer Karol Eller, de 36 anos, se matou nesta quinta (12/10), em São Paulo. Ela publicou nas redes sociais por volta das 21h mensagens com afirmações como “perdi a guerra”, “suicídio!” e “lutei pela pátria”. A mensagem recebeu dezenas de milhares de comentários dando força a ela com pedidos para que não se matasse. Em seguida o post foi deletado.
Em setembro, Karol afirmou em publicações em suas redes sociais que tinha “renunciado à prática homossexual”, além de “vícios e desejos da carne”, após voltar de retiro religioso. Apoiadora da família Bolsonaro, onde ganhou cargos, se filiou ao Partido Liberal (PL) em agosto.
O falecimento foi confirmado pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG). Ela caiu do prédio onde morava em Campo Belo, zona sul de São Paulo. O caso foi registrado pela Polícia Civil como suicídio.
A conversão da orientação sexual, chamada de “cura gay”, é proibida no Brasil. Mas, infelizmente, alguns grupos religiosos insistem em promover a prática dentro de suas religiões. Até nos dias atuais. No caso da Karol, ela participou dias antes do retiro Maanaim (em Rio Verde, Goiás), evento que acontece diversas vezes e que prega que é possível deixar de ser “lésbica, gay, trans” cobrando uma taxa de R$ 250 por pessoa. Karol foi convencida, como muitas pessoas são, de que estava doente, que precisava se curar e que amar outra mulher era errado aos olhos de Deus. Casos como este retiro parecem absurdos, mas acontecem muito.
No Brasil, por mais de 15 anos, a ONG evangélica MOSES tinha como objetivo “curar a homossexualidade”. Eles promoviam retiros espirituais em fazendas espalhadas pelo Brasil e, só acabou, porque um de seus fundadores, o Sérgio Viula, veio a público (ele foi capa na Revista Época) dizer que o MOSES era uma grande fraude, que nada lá dentro funcionava e que, além de enganar as pessoas, deixando elas mais tristes remando contra a maré (isto é, negando seus desejos homossexuais e tentando viver uma vida triste sendo heterossexual), alguns dos organizadores que pregavam a “cura gay” praticavam orgias gays escondidas de tudo e de todos. Reforçando que a cura da homossexualidade realmente nunca existiu e nunca irá existir. Afinal, não da pra curar algo que não é doença. Hoje o MOSES não existe e a história serviu de inspiração pro romance gay chamado THEUS: DO FOGO À BUSCA DE SI MESMO (se puder, leia!).
Busque ajuda
O Blog do Viana tem a política de publicar informações sobre casos de suicídio ou tentativas que ocorrem em locais públicos ou causam mobilização social. Isso porque é um tema debatido com muito cuidado pelas pessoas em geral. O silêncio, porém, camufla outro problema: a falta de conhecimento sobre o que, de fato, leva essas pessoas a se matarem. Caso conheça alguém nestas situações, especialmente LGBTs que não se aceitam, recomende o projeto http://TerapiaOnlineLGBT.com.br
Mais sobre a homossexualidade
A não aceitação de seus desejos homossexuais pode ser um problema para muitas pessoas. E na verdade, é. Quem tiver interesse em saber detalhes, processos sobre saída do armário, ajudar filhos, amigos, alunos, etc, a entenderem e aceitar seus desejos, o livro O ARMÁRIO: Vida e Pensamento do Desejos Proibido pode ajudar e muito. A versão digital dele na Amazon é grauita para quem tem o Kindle Unlimited. Leia ou recomende sua leitura. É um importante Livro sobre a Homossexualidade.
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