Existe um abismo gigantesco entre o criador e a criatura. Certo? O cara escreve livros, pinta quadros, é ator ou faz esculturas, enfim, não importa qual sua arte, o que sabemos é que sua arte (criatura) não é a mesma coisa que o artista (criador). Tanto que no Facebook eu tenho uma página para amigos e leitores e um perfil onde só aceito familiares e amigos (o que pouca gente não entende, mas eu prefiro fazer essa divisão). Mesmo porque, há muitos anos, eu comecei a aceitar alguns leitores no meu perfil de amigos e não foi uma experiência muito agradável.
Quem lê meus livros, e eu escrevo diversos gêneros diferentes (romance, erótico, livro de não ficção, marketing, psicologia, etc), ou vê meu blog ou vídeos nas minhas redes sociais, imagina muitas coisas ao meu respeito. Geralmente, me idealizam muito: me imaginam o cara mais certo do mundo, sem nenhum problema na vida, um cara que não pode passar um dia irritado, nem estressado e por aí vai indo. E embora eu sempre diga que não sou exemplo de nada e para ninguém, sempre aparece um ou outro que me cobram coisas que nunca admiti ser cobrado.
Um deles é um leitor, do meu primeiro livro, que cursava psicologia, entrou em contato muito feliz por ter lido meu livro e que desejava um contato mais próximo comigo. Eu o aceitei no meu perfil familiar (coisa que hoje não faço mais, só é possível me seguir). Entretanto, ele me mandava muita mensagem privativa e sempre sobre temas chatos, que não me interessavam nenhum pouco. Percebi, claramente, que o assunto era o que menos importava para ele. E sim, o contato. Foi quando, depois de meses dando a atenção pra alguém que já estava me cansando, que joguei limpo, falei sem pensar duas vezes: “Cara, desculpa, mas você é muito chato!”. Só fala sobre assuntos que eu não gosto e todo dia quer minha atenção.
Pronto. Foi minha sinceridade a serviço do mal. O mal que existia nele. Desde então, ele me bloqueou e passou a me perseguir em todas as matérias que saio. Sempre que ele pode, até hoje, publica algum comentário depreciativo sobre minha pessoa ou sobre meus livros. Isso mesmo, os livros que ele leu e que até então, eram super legais.
E isso já tem alguns anos (um autêntico psicopata!). Para ajudar, como tenho uma relação aberta, criei um perfil nestes aplicativos de pegação e consegui reunir mais gente que me adorava e agora me odeia. São pessoas que querem um certo tipo de contato, eu não dou (não é porque tenho relação aberta que saio com qualquer um em qualquer lugar), e eles viram super inimigos. Outro dia um me disse “Você tem blog, é conhecido, deveria dar mais atenção pras pessoas”. Eu respondi mentalmente “Se as pessoas nesses aplicativos são enroladas, imagina eu, por ter blog, ser conhecido e tal”. Não é desfeita, é simples assim. Eles acham que não posso ser humano, falho, etc. Grande engano.
Faz parte da pequena fama. O jeito é não ligar. Uma coisa que aprendi com o Erico Rocha foi justamente isso. Na Internet você tem uma mega exposição. Muita gente não vai gostar de você, vai ser indiferente e outros vão te odiar. Mas vai ter aquelas que gostam e amam as coisas que você faz. E a sua pessoa. Você tem que se forcar nessas pessoas. E é exatamente isso que tenho feito, faço e farei sempre.
Aliás, de gente que realmente ama meu trabalho literário é o que não falta. Já viram o álbum de leitores meus? Do mundo todo? Várias fotos lindas. E muitos leitores novos continuam aparecendo e me mandando. Publico todas as fotos aqui http://fabricioviana.com/meus-leitores
A vida é muito curta para ficar alimentando energia negativa de gente negativa. Concordam? E assim vamos vivendo. E bem, obrigado.