Abandonada pela família por ser trans, ela criou o projeto para incluir pessoas trans em Igreja Evangélica
Pouca gente sabe, mas existe uma nova releitura das escrituras sagradas onde a homossexualidade não é vista como pecado e sim como uma expressão natural da sexualidade humana e mais, essa expressão saudável também esta em sinergia com o divino e com a espiritualidade do sagrado. O que é justo, afinal, se Deus é amor, tem que ser amor para todas as pessoas, não é mesmo?
E embora já tenhamos várias igrejas inclusivas, isto é, criadas por pessoas LGBTs para outras pessoas LGBTs (não conhece nenhuma? Assista a este video), esta é a primeira igreja trans do Brasil. E sua idealizadora é a militante trans Jacque Chanel, conhecida por seus trabalhos sociais com pessoas LGBTs há muitos anos.
Vale lembrar que a única herança que Jacqueline ganhou de seus pais foi a fé em Deus, já que desde pequena, foi levada pela família aos cultos que eram realizados na sede da Igreja do Evangelho Quadrangular em Belém (PA). Mas que, por ser uma pessoa diferente (neste caso, uma pessoa LGBT), foi expulsa de casa e teve que viver no quartinho dos fundos da mesma igreja dos 13 aos 19 anos de idade.
Foi nesta dificuldade da vida, desesperadora para muitas pessoas LGBTs, que ela buscou forças e começou sua transição de gênero aos 23 anos. Hoje, aos 56 anos, com o nome de Jack Chanel, é cabelereira e foi ordenada pastora recentemente. Decidindo, finalmente, abrir a primeira igreja trans do Brasil.
Por conta da pandemia do coronavirus, os cultos são realizados neste momento de forma online: todas as segundas-feiras às 20h pelo seu Facebook https://www.facebook.com/jacque.chanel
E, obviamente, embora seja uma igreja trans, todas as pessoas podem participar: gays, lésbicas, bissexuais, assexuadas, etc. Não existe preconceito ou restrição alguma para o amor divino.