Pois é, depois de publicar no meu blog sobre o beijo gay do vídeo clipe do Me Solta, muitos comentários de gays dizendo que o cara era apoiador do Bolsonaro e isso já bastava para não apoiar sua iniciativa (o que respeito, fazer o quê?). Porém, depois da polêmica, o jornal O GLOBO foi atrás e conseguiu um depoimento exclusivo do cantor: “Não apoio o Bolsonaro. Esta foto foi tirada num jantar em que eu estava também, a pedido do filho dele. Não costumo negar tirar fotos com ninguém.”
Se eu apoio um candidato político, um jornalista me faz uma pergunta, querendo confirmar se eu o apoio ou não, o que eu falo? Se eu apoio, digo que apoio. Se eu não apoio, digo que não apoio. E ele disse que não apoia. Se ele diz que não apoia, quem somos nós para dizer o contrário? Tá mas ele bate em mulher! Ok, li isso. E nada justifica essa agressão. Mas é querer continuar disseminando o ódio ao rapaz. Na mesma matéria do O Globo, ele disse que a ideia do beijo gay partiu dele. E como eu disse la no meu post, ele poderia ter feito o clipe e não dado aquele beijo de língua. Querendo ou não, seu vídeo/sua música será visto por milhares de pessoas por todo o mundo. É só um beijo? É, mas um beijo midiático. Não adianta querer desqualificar. Mas, cada um é cada um.
Eu nunca disse ser ex gay, eu nunca disse que apoiava artista que apoia Bonsonaro e eu nunca disse ser a favor de Pink Money. Cada um entende e espalha a notícia como quer. Fim. E Para os juízes da internet: Morram aí mordendo o próprio veneno e o sensacionalismo que vocês amam.— Mateus Carrilho (@mateuscarrilho) 10 de julho de 2018
Então, quando vejo 3 milhões de LGBTs e amigos na maior Parada do Orgulho LGBT do mundo, vejo, também, quase (pois, ainda bem, nem todos!) 3 milhões de LGBTs e amigos alienados. É a militância de internet. É o mimimi. É a problematização. As vezes acho que estamos caminhando tanto pro meio digital que estamos nos tornando mais amargos, mais irracionais, nos bloqueando uns aos outros por opiniões diferentes. Ontem eu até bloqueie um cara que admirava (coisa que sempre critiquei!) pois o assunto era um e ele ficou insistindo em problematizar cada comentário meu. Veja bem, não o bloqueie por pensar o contrário de mim, o que mais faço é respeitar seja lá quem for, mas senti que ele queria, de fato, insistir em questionar, retrucar, problematizar algo que não precisava problematizar.
Como bem disse um antigo leitor meu, Abel Carvalho, o caso do Borel lembra o “pedantismo dos justiceiros sociais” do Jordan Peterson (vídeo abaixo). Algo que eu já sabia quando cursei minha primeira graduação (em psicologia), as pessoas tem graves problemas individuais há mais de 5 anos com um irmão, na sua família, ou outro parente (por exemplo), deveriam resolver (isso sim seria show de bola!), mas preferem resolver os problemas do mundo sendo o que já conhecemos como “militantes de internet”. Jogam suas frustrações não resolvidas no empenho de realizar grandes atos heroicos! Entretanto, não pesquisam, se baseiam no achismo e detonam qualquer um que acham que devem ser detonados. Ainda mais se outros também estão detonando.
Como eu disse, muita gente já me odiou por não ser um gay padrãozinho: monogâmico ou por expressar qualquer opinião contrária a heteronormatização. Acreditem, já fui muito mais agredido (inclusive por gays) por falar de relacionamento aberto, relacionamento poliamoroso e ateísmo. Isso porque não milito nestas áreas, apenas expresso meu modo de viver. Mais tolerância mundo. Até criticado por ter escrito livro de conto erótico gay, já fui. Sendo que nem tiveram o trabalho de ver que escrevo outros gêneros literários também (inclusive livros premiados). Sorte minha ter uma galeria de leitores linda, com muita gente que realmente curte e incentiva minha persona literária (inclusive, meu livro de contos eróticos gays é um dos que mais sucesso faz! Cada um gosta de um gênero! Ou de todos!), pra provar o contrário de muitas críticas desnecessárias.
Finalizando? Mais amor. Menos mimimi. Menos problematização. Vamos gozar mais. Transar faz bem para saúde. Talvez o problema também seja este (teorias para tanto desamor é o que não faltam!). Ainda vou publicar essa teoria do Wilhelm Reich (A função do orgasmo) no meu blog. Prometo. É, de fato, real.