Um amigo publicou no perfil dele sobre o seriado Haters Back Off e disse “É a história engraçada de uma garota sem talento que publica vídeos no Youtube e quer ser famosa!“. Bom, para quem acessa muito a Internet, parece que mais uma vez a arte imita a vida: perdi as contas de quanta gente sem talento faz vídeos no Youtube (e ainda se sentem o máximo!).
Bom, antes de assistir, fui ver as críticas: o seriado é considerado o pior já produzido pela NetFlix. E, começando a assistir, dá para entender: mostra uma “menina” cantando muito mal, seu tio frustrado e mais sem noção ainda grava e a incentiva a colocar no Youtube, “pois fará muito sucesso”! Pelo menos até os 3 primeiros episódios, é um show de falta de algo que agarre você a história, porém, no meu caso, como eu também cursei psicologia, algo me chamou a atenção.
A primeira delas é que, quando cursei psico (embora nunca desejei atuar como psicólogo, por isso uso o “bacharel em psicologia”quando assino algo: aliás, meu estudo em psico faz toda a diferença nos meus textos), existia uma garota em nossa turma que se parecia muito com a Miranda (protagonista de Haters Back Off). Não vou citar o nome desta ex-aluna, mas todos da minha sala, e professores, sabiam de suas disfunções psicossociais: no intervalo, por exemplo, ela ia jogar vôlei com o pessoal de educação física sem pedir e sem conhecer ninguém, ela simplesmente entrava na quadra e começava a jogar. Ou ainda, durante o estágio no hospital psiquiátrico, um paciente disse que via o demônio e ela, no meio da ala psiquiátrica, sentou com ele no chão, acendeu um cigarro (que não podia ali dentro) e falou com ele que ela também não só via mas também era lambida pela língua do demônio todos os dias.
Bom, essa ex-colega de sala não se formou. Chamaram ela de canto e jogaram limpo: sem condições. Até ai, tudo bem. A segunda coisa que me chamou a atenção é que, querendo ou não, todos nós temos um nível grande, médio ou pequeno de “esquisitices”. Claro que, no caso da Miranda, é exacerbado: ela realmente não tem noção ou bom senso de muitas coisas, além de atropelar tudo e todos. Como estudei sobre, eu realmente viajei nas análises. Mesmo porque, meu estudo científico quando cursei psicologia foi sobre “A origem da Esquizofrenia” do ponto de vista da teoria comunicacional (algo não muito conhecido, inclusive!). Aliás, ainda hoje é um dos ebooks que tenho mais vendidos na Amazon Brasil. Se tiver oportunidade, leia.
O ponto é que, avançando no seriado dá para perceber que ele não é tão ruim assim. Conforme passa os episódios da primeira temporada, a “comédia” vai ficando de lado e entra toda uma dramatização não só da Miranda mas de toda a sua família: inclusive de seu crush. Sim, apesar de super esquisita, ela tem um garoto lindo que tenta conquistá-la a todo o momento (tipo, se você está solteiro, que isso sirva de motivação!)(risos). Claro que não vou dar spoilers (contar o final), odeio que fazem isso – especialmente com meus livros escritos e publicados. Porém, se você tiver um pouco mais de paciência, vale assistir até o final.
Mas, novamente, eu gostei. A maioria, não. E gosto é gosto. O que eu espero que você faça, caso assista, é pensar em quantas pessoas “esquisitas” existem no mundo, ao seu redor ou até mesmo, o quanto você é esquisito. O final é incrível e nos faz pensar nas coisas que realmente são importantes na vida: para a Miranda, pra você e para todos nós.