Quando comecei a pesquisar, em 2006, sobre a homossexualidade para escrever o meu livro O Armário, descobri algo interessantíssimo: o problema da homossexualidade não é só dela. Temos um problema muito maior: a sexualidade humana. A sociedade em geral não fala nada sobre sexo. Para ajudar, os pais acabam passando (isso quando passam!) aos filhos o que sabem sobre o assunto: praticamente nada. Ou, quando não, dizem que a escola é que deve tratar destes temas. E a escola, que isso é responsabilidade da família. Resumindo? As pessoas tem sérias dificuldades de falar sobre aquilo que dá prazer, é bom, saudável e faz bem para todos nós que praticamos.
Falo isso pois hoje é comemorado o Dia do Orgasmo (31/07). A data foi criada por uma rede de sex shops da Inglaterra em 1999, com a finalidade de debater a importância de uma vida sexual mais satisfatória. Seu primeiro slogan foi “Atinja, não finja”, pois naquela época, 80% dos ingleses não chegavam ao orgasmo.
Eu vivo falando e citando o livro A Função do Orgasmo, do Wilhelm Reich, discípulo de Sigmund Freud e pai da “Psicologia Corporal”. Reich acreditava que todos nós temos uma energia de pulsão. As células pulsam. Se a célula para de pulsar, por alguma neurose ou afins, resultantes da sociedade opressora, ela fica rígida e, se não for feito algo para relaxar novamente, ela morre e pode té se tornar cancerígena.
Ainda segundo ele, a única forma de promover um curto circuito no organismo vivo, capaz de relaxar todas as células do corpo, eliminando a neurose (que ele chama de couraça muscular) é tendo um orgasmo pleno e satisfatório. Entretanto, as pessoas que possuem uma vida sexual ativa, acabam tendo “mini orgasmos”. E que não é suficiente para dar esse curto circuito orgástico. O que ele sugere, neste livro bem complicado de se ler (até para quem é formado em psicologia, como meu caso), é que o ideal é um orgasmo resultante de um gozo tão pleno onde ele é promovido não apenas com os órgãos sexuais, e sim, um orgasmo onde envolve os órgãos e o corpo todo: todo o seu corpo goza de uma maneira tão intensa, única, que seu corpo fica relaxado por dias!
Esse orgasmo pleno, segundo Reich, é a única forma de promover uma vida mais saudável (física e psiquicamente) para todas as pessoas. Caso contrário, se não tiver esse orgasmo, as pessoas permanecerão com suas couraças musculares tensas, com possibilidade de câncer e bem irritadas/nervosas/chateadas no dia a dia.
Claro que dei uma resumida na teoria dele, que eu amo de paixão. Talvez, por ter estudado tanto sobre sexualidade, eu tenha essa facilidade de falar abertamente sobre o tema. Sem problema algum. E essa teoria é a teoria da minha vida. Tanto que, na minha página do Facebook, outro dia citei que a prática do guinouge (sexo sem penetração) não serve pra mim. Embora respeite seus adeptos. Justamente por conta do livro A Função do Orgasmo.
Essa teoria do Reich também lembra aquele ditado popular, quando alguém fala de alguém estressada: “Fulana está assim por falta de sexo, só pode!”. Esse ditado popular é baseado na teoria do Reich. Tem lógica. Tem fundamento psíquico. Tem estudo acadêmico provando isso.
Por isso, e pelo prazer em si que o sexo e o orgasmo dá, eu digo e repito. Neste Dia do Orgasmo, e em todos os dias da sua vida, concentre-se em melhorar esse seu lado (caso não esteja ativado). Lógico que cada um é cada um e aqui é apenas uma sugestão. Mas eu acredito realmente que, para uma vida mais saudável (física e psíquica), praticar sexo é ainda um dos prazeres mais incríveis do mundo. Eu, particularmente, me dedico sempre que posso. 😉
Só tem que cuidar com o excesso. Tudo em excesso é prejudicial. Tudo.
Se gostou, comenta, compartilha, divulgue. Desejo a você, muitos orgasmos! Tanto os orgasminhos quanto os orgasmo intensos, também chamados de hiperorgasmos (aliás, tem livro com técnicas de como se chegar nele por ai).
Divirtam-se. E até breve!