O que não falta são seriados na Netflix para assistir, correto? Sei que é complicado estudar, namorar, trabalhar, ler bons livros, jogar vídeo-game, sair pra balada, visitar a família e ainda encontrar tempo pra se atualizar com as infinitas séries (não nesta mesma ordem). Mas, depois de muito ver comentários de amigos gays que assistiram o seriado Queer Eye, na Netflix, resolvi dar uma olhada nestas ultimas férias. Como todo bom início, “comecei pelo começo”, isto é: primeiro episódio.
Confesso que logo nos primeiros minutos achei entediante. Ver cinco “fabulosos” chegarem com dicas de estilo, transformações e grandes revelações me lembrou muito aqueles programas de TV aberta – que não assisto – onde o povo transforma as pessoas. Tipo, já deu, né? Mas como todo bom guerreiro, segui firme até o final.
E não é que me surpreendeu? O que me chamou mais atenção, inclusive nos demais episódios, é que a maioria das pessoas transformadas são heterossexuais. E mais, durante todo o processo de transformação destas pessoas, é comum escutar delas mesmas a frase (ou algo parecido): “Nunca imaginei que minha vida mudaria! E mais, com a ajuda de cinco homossexuais!”.
Em outras palavras, a série é realmente incrível e empoderada. Principalmente para quem é gay e não consegue ver homossexuais se dando bem em diversas áreas da vida. O seriado mostra, de fato, o que eu venho dizendo desde 2006 quando lancei meu livro sobre a homossexualidade e os processos psíquicos que envolvem a entrada e saída do armário chamado O ARMÁRIO: é possível viver uma vida plena, com seus desejos homossexuais e sendo 100% você! E eles são. E não apenas são como ajudam outras pessoas a crescerem.
Então, se você nunca ouviu falar no seriado ou, se já escutou e não teve tempo para assistir, já coloca ele no meio das suas prioridades. Um dos episódios que mais me tocou foi o do “Repaginando Total”. Me chamou a atenção pois o cara cresceu, seus amigos foram sumindo com o tempo e ele foi ficando “esquecido” e “se esquecendo” do mundo e seus vínculos. Vi muita gente amiga ali, inclusive me vi em uma parte da minha vida (passei por algo parecido há muito tempo), onde, o tempo passa e, por algumas coisas que não dão certo ali e aqui, a gente vai se fechando pro mundo e pras possibilidades: quase uma depressão, mas ela é tão lenta que a gente não percebe que, cada vez mais, vai entrando em um poço sem fim.
E sim, teve outros episódios. Praticamente todos. Então, vai la e assiste! E não esquece de que leu aqui no blog do escritor, careca e barbudo.
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