Black Mirror brinca com as questões tecnológicas e as relações humanas. Diferente de outros seriados, cada episódio trata um tema diferente. Não só isso. Atores, diretores, tudo muda de um para o outro. Mas a reflexão é a mesma. Por isso, o espisódio “Nosedive” (T03E03) com certeza é o primeiro filme (e sim, tem na NetFlix) que você precisa assistir se, até o momento, nem da existência de Black Mirror você sabia.
O episódio “Nosedive” (“Queda Livre”) mostra uma realidade não muito distante da nossa, em que todos precisam parecer incríveis e felizes o tempo todo para ganhar boas classificações sociais. E é aí que mora o perigo: sua pontuação é o que determina seu papel dentro da sociedade. Pessoas que conseguem boas notas tem privilégios: salas VIP, filas especiais, podem alugar bons carros, ganham descontos e são rodeados de amigos “felizes”. Notas baixas? Não só afastam as oportunidades como também as pessoas.
O episódio mostra indiretamente as angustias e ansiedades “solitárias” de estarmos dentro ou fora deste universo digital, em que curtidas, comentários ou números de seguidores dizem tanto de uma pessoa (quando não deveria). Resumindo, não é difícil comparamos com o nosso dia a dia depois das redes sociais (em especial ao tão “glorioso” Facebook). Onde “melhores amigos” surgem, te marcam em fotos ou querem, a todo o custo, serem “super amigos”.
Então, antes de continuar um textão de reflexão (realmente, dá panos pra manga!). O principal objetivo deste post é que você conheça a série e assista, principalmente, a este episódio (novamente, na Netflix está como “Queda Livre”). Recomende aos amigos e faça com que muitos assistam “Nosedive”. Reflitam sobre suas vidas e entendam que, como diz Erich Fromm em seu brilhante livro Ter e Ser, nós podemos ser, sem ter. Neste caso, ser sem ter toda essa “fama fake digital”.
Por um mundo mais humano e diverso. Sempre.