O Instituto Brasileiro de Diversidade Sexual (IBDSEX) acaba de lançar o e-book “Ensaios sobre o perfil da comunidade LGBTI+”, com dados e análises da Pesquisa Nacional do Perfil LGBTI+ 2018, realizada pela instituição em parceria com o Grupo Dignidade e a Aliança Nacional LGBTI+.
A pesquisa, de caráter nacional, teve o objetivo de produzir dados demográficos, sociais e econômicos da população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, transgêneras, intersexuais e demais identidades de gênero e orientações sexuais (LGBTI+), para subsidiar as ações e decisões das organizações da sociedade civil e do poder público, contribuindo assim para a elaboração de políticas públicas em favor dos direitos humanos das pessoas LGBTI+.
A amostra apresenta um perfil mais jovem em comparação com a sociedade brasileira. Das 8.918 repostas coletadas por questionário online, 47,0% estava entre 25 e 29 anos. Também no nível de instrução a amostra da população LGBTI+ é mais escolarizada que a sociedade brasileira: 50,8% terminou ou está terminado o ensino superior; 48,2% mora com pai e/ou mãe heterossexuais, sendo que a renda familiar de 22,1% estava entre 3 e 5 salários mínimos e de 21,5%, entre 5 e 10 salários mínimos – importante pontuar que o percentual é puxado para cima pelas respostas das pessoas brancas, que tem renda maior que pardas e pretas/negras. Ainda do total, 15,7% respondeu que não tem nenhuma religião ou crença, mas o maior percentual foi de pessoas católicas (21,2%) – no entanto, mesmo entre as católicas, 85,4% acredita que a religião não necessariamente torna uma pessoa melhor.
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Nos chama a atenção que, do total, 62,5% responderam que já pensaram em suicídio e 52,6% já sofreram algum tipo de violência LGBTIfóbica. Das que já sofreram violência, 28,2% informou que o local desta violência foi na rua, vizinhança, parque ou outros locais públicos; 22,4% na escola, faculdade, universidade ou cursinho e, 18,5% na própria casa.
Estes dados sugerem um amplo cenário de violência que alcança os principais espaços de circulação de uma pessoa (locais públicos, ambiente educacional e a própria casa). Com efeito, todo este contexto de violência latente e explícita, somado à ausência de políticas públicas, converte-se em casos de violência letal contra a comunidade LGBTI+ como já registrado por organizações como a Associação Nacional de Travestis e Transexuais e o Grupo Gay da Bahia.
Diante da ausência de qualquer levantamento oficial, o objetivo do IBDSEX foi preencher esta lacuna. Informação é o único meio para analisarmos estes fenômenos e produzir soluções que combatam a violência LGBTIfóbica.
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O e-book completo e gratuito pode ser acessado e baixado pelo site do IBDSEX, clicando aqui